A revista "Topos e Clássicos", publicação de referência no panorama dos "clássicos" em Portugal, insere na sua primeira edição de 2012 um trabalho sobre a carreira desportiva de Carlos Duarte Ferreira e a sua ligação aos Porsche 356. O facto de o artigo ter o mesmo título deste blogue NÃO é coincidência.
Montes Claros 64
"Mais Montes Claros: Recordo que o meu 4º lugar se ficou a dever a alguns que iam á minha frente e "partiram" ou desistiram por outros motivos.
Lembro o Tó Felizardo, que nas vésperas do circuito comprou/alugou( ?) um Porsche Spyder, treinou mal e saiu atrás de mim. Passou-me na curva do Gonzalez, por dentro, numa derrapagem às 4 rodas que ainda hoje me causa calafrios. Aquilo era andar depressa!
O Vasco Pinto Basto, que fazia a minha box acompanhado por duas meninas nossas amigas, começou por me dar tempos, depois mostrava-me a placa com + ou -. Mais tarde começou a escrever o dinheiro do prémio, repetindo. Finalmente, elas desenhavam o Pato Donald e o Pluto. Terminei assim o circuito em grande alegria !"
- Carlos Duarte Ferreira
- Carlos Duarte Ferreira
Amigos II
Ainda na Figueira da Foz, em Dezembro de 1963, um grupo de gente importante no panorama automobilístico nacional. Da esquerda para a direita, Fernando Basílio dos Santos, Giovanni Salvi(?), Carlos Duarte Ferreira, Gilberto (o mecânico da Guérin conhecido como o "senhor Porsche") e "Faim" Pereira Caldas.
Amigos I
Figueira da Foz, 31 de Dezembro de 1963. Com José Benardino Lampreia, amigo de sempre, dentro e fora da pista.
O Zé Lampreia ( um bocadinho mais velho do que eu) era um ídolo , pelas suas façanhas nas scooters e depois nos automóveis. Sabem que ele ganhou uma volta a Portugal numa Lambretta ? Tinha um MGA Twin-cam com uma pintura extraordinária branca e verde, e parava pela Paulistana e Monte Carlo., quando os meus Pais me deram o MGA LC-59-01,em Dezembro de 1958. Aquilo andava pouco e , por influencia dos meus queridos primos Fernando e Octávio (nessa altura 300SL e Jaguar 3.4),fui "metralhá-lo" ao Palma & Morgado. Ficou uma "bomba", e desde aí ,o meu desejo era encontrar-me com o Zé Lampreia na estrada para tirar teimas (ainda não conhecia o rapaz pessoalmente ! ). Felizmente isso nunca chegou a acontecer, pois teria levado um grande "banho", não pelos carros, que o meu andava mais como adiante se verá, mas pelas "mãos" e bracinho maroto do grande Lampreia.
Entretanto o Zé vendeu o MGA e comprou um Mercedes 300SL, com o qual continuou a fazer provas com grande sucesso. Porém, no dia em que ele o vendeu , eu passei pela pastelaria Ritz e vejo arrumado à porta o famoso twin-cam branco e verde. Aí está, pensei eu, vou conhecer o famoso Lampreia, mas apareceu o Alexandre Maldonado (que será feito dele?) que tinha acabado de comprar o carro.
Conversa puxa conversa, se calhar o meu anda mais, não pode ser, este é twin-cam, vamos tirar teimas.
Para onde? Arrancámos com os 2 MGs, mais a rapaziada que estava na esplanada a beber a "bica", para o inicio do viaduto Duarte Pacheco, ganhava quem chegasse primeiro lá acima , sob a ponte. (não se espantem os mais novos , naqueles tempos isto era possivel! )
Carros parados, o Zi com um lenço branco na nossa frente, carrego na embraiagem, meto a primeira, seguro com o travão de mão, 4000 RPM, cai o lenço, largo a embraiagem , sinto as rodas a patinar um pouco , saí muito bem.Passo as 7000 ( o carro desfazia-se em rotações, o vermelho creio que era às 6000) e, sem carregar na embraiagem, meto a segunda, ganhando ai 2 metros de avanço. Depois esgoto a segunda para lá das 7000 e meto a terceira da mesma maneira, nessa altura já com o twin cam para trás , ganhando destacado esta grande "corrida". Foi dos dias felizes da minha vida , que devo ao Augusto Palma o qual preparou muito bem aquele motor, um 1500cc.
Entretanto o Zé vendeu o MGA e comprou um Mercedes 300SL, com o qual continuou a fazer provas com grande sucesso. Porém, no dia em que ele o vendeu , eu passei pela pastelaria Ritz e vejo arrumado à porta o famoso twin-cam branco e verde. Aí está, pensei eu, vou conhecer o famoso Lampreia, mas apareceu o Alexandre Maldonado (que será feito dele?) que tinha acabado de comprar o carro.
Conversa puxa conversa, se calhar o meu anda mais, não pode ser, este é twin-cam, vamos tirar teimas.
Para onde? Arrancámos com os 2 MGs, mais a rapaziada que estava na esplanada a beber a "bica", para o inicio do viaduto Duarte Pacheco, ganhava quem chegasse primeiro lá acima , sob a ponte. (não se espantem os mais novos , naqueles tempos isto era possivel! )
Carros parados, o Zi com um lenço branco na nossa frente, carrego na embraiagem, meto a primeira, seguro com o travão de mão, 4000 RPM, cai o lenço, largo a embraiagem , sinto as rodas a patinar um pouco , saí muito bem.Passo as 7000 ( o carro desfazia-se em rotações, o vermelho creio que era às 6000) e, sem carregar na embraiagem, meto a segunda, ganhando ai 2 metros de avanço. Depois esgoto a segunda para lá das 7000 e meto a terceira da mesma maneira, nessa altura já com o twin cam para trás , ganhando destacado esta grande "corrida". Foi dos dias felizes da minha vida , que devo ao Augusto Palma o qual preparou muito bem aquele motor, um 1500cc.
Retrato
Retrato do artista enquanto jovem*. Figueira da Foz, Dezembro de 1963.
Carlos Duarte Ferreira ficou em 5º lugar da classificação geral do Rallye de Fim de Ano, em representação da equipa de Agronomia. Horácio Macedo, em Ferrari 250 GT, foi o vencedor.
Mas a prova "rainha", aceleração e travagem, deu o seguinte resultado, bem eloquente:
1º - Américo Nunes, Porsche 356 SC
2º - Carlos Duarte Ferreira, Porsche 356 SC
3º - José Lampreia - Porsche 356 "Notchback"
4º - Horácio Macedo - Ferrari 250 GT
5º - Carlos Santos, Mercedes 300 SL
* Título do primeiro livro de James Joyce, editado em 1916.
500 Milhas 2009
As 500 Milhas do ACP , designação dada a uma longa maratona que é já uma clássica do calendário nacional de Regularidade, levou em 2009 os concorrentes a fazerem a ligação entre Aveiro e Tavira, com uma breve passagem pelo norte do país. Foram mais de 900 quilómetros, percorridos durante um único dia, correspondentes a dezasseis horas seguidas de condução, com uma pequena pausa para almoço. Mas ninguém reclama e, por vezes, os tripulantes até têm uns segundos livres para saborearem as soberbas imagens que a Natureza proporciona. Tal como esta, obtida ao entardecer, junto de uma barragem no Alentejo.
A equipa do 356 amarelo não passou por qualquer sobressalto de maior e, no final, ainda teve direito a taça e fotografia.
Cascais 64
Circuito de Cascais, 1964. O Porsche 356 SC de Carlos Duarte Ferreira passa na zona da meta, com a praça de touros em fundo.
O Ferrari GTO de Chris Kerrison, vencedor da corrida, veio pelos seus próprios meios desde Nice, no sul de França, até Cascais. Mas valeu a pena o esforço, uma vez que Kerrison conquistaria aqui a segunda e última vitória da sua carreira.
O Ferrari GTO de Chris Kerrison, vencedor da corrida, veio pelos seus próprios meios desde Nice, no sul de França, até Cascais. Mas valeu a pena o esforço, uma vez que Kerrison conquistaria aqui a segunda e última vitória da sua carreira.
A Época dos Circuitos
Circuito de Montes Claros, 1964. Com o 356 algo desequilibrado, Carlos Duarte Ferreira está prestes a perder uma volta para o Jaguar E de Aquiles de Brito, um carro claramente de "outro campeonato".
1964
21 Junho - III Circuito de Montes Claros - Taça SNI (sabes o que isto significava ?) - Sei: Secretariado Nacional da Informação
para carros de GT superiores a 1000 cm3 e Sport-
Num Porsche SC2(?) fica em 4º.
Sem data - 15º Rali S. Pedro de Moel
Alinhou pelo Arte e Sport, com o nº 44, num Porsche SC. Se se
classificou, foi para lá de vigésimo.
Sem data - Circuito de Cascais - GT
Num SC, com o nº 46, é o 13º.
Sem data - Rali das Camélias
Aparece com o nº 22 na lista de inscritos.
Montanha Acima
Algures nos Alpes austríacos, em 2007, o Porsche 356 SC amarelo enfrenta nevoeiro, chuva e neve, sem que tenha registado qualquer problema. Note-se a "potência" incandescente dos faróis dianteiros.
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